Pedimos que os céus sejam partilhados por todos e que todos os europeus recebam uma licença de carbono igual para os seus aviões, que nós, os mais modestos, poderemos utilizar para financiar os ricos, apenas para lhes mostrar o valor do clima e para antecipar o mecanismo global de contabilização do carbono.
O céu é para todos?
Os cientistas (IPCC, Copernicus, GCP, IPSL, etc.) asseguram-nos que a condição de sobrevivência da humanidade é o regresso aos limites planetários antes de 2050 (estamos atualmente a consumir dois planetas por ano) e que é preciso começar pelos gases com efeito de estufa: é preciso reduzir as emissões antropogénicas anuais do planeta (emissões de origem humana) dos actuais 54 Gt CO2e para menos de 15 ou 20 em 2050.
O transporte aéreo representa 5% dessas emissões e está a aumentar mais do que todos os outros, com disparidades preocupantes: em termos práticos e simbólicos, é o primeiro efeito climático a ser travado.
Assine a petição apresentada à Comissão Europeia para introduzir a justiça climática europeia para o transporte aéreo hoje, e para todas as compras amanhã.
O mecanismo: uma agência de carbono em cada país para atribuir 500 pontos de carbono a cada cidadão e balcões locais onde vender os excedentes, para que os mais ricos possam comprar excedentes... mas a preços cada vez mais elevados.
Porque esta atribuição é renovada todos os anos com menos 6% (escassez) e muitos voluntários climáticos recusar-se-ão a vender os seus excedentes, aumentando assim o preço do ponto de carbono. Como cada bilhete de avião é nominativo, os bilhetes das companhias estão sujeitos aos mesmos pontos de carbono em toda a Europa.
SkyQuota ?
As companhias de transporte aéreo são então sujeitas ao registo de carbono de acordo com os valores Ademe a serem refinados, por exemplo, 0,152 kgCO2/km para longo curso e 0,187 kgCO2/km para médio curso (incluindo arrasto). Se conseguirem demonstrar uma pegada mais pequena, podem apresentá-la à agência do carbono do país em causa. Desta forma, são incentivados a utilizar aviões mais económicos e a preencher melhor os lugares (limitar os voos).
Alguns países podem acrescentar uma taxa ao preço de compra dos excedentes, para financiar a I&D no sector da aviação. A atribuição de 500 pontos acima proposta deve ser recalculada em função dos dados da aviação de cada país, podendo ser de 400 pontos se o volume de carbono da aviação do país (em milhões de toneladas de CO2e) for metade do número de habitantes.
O meu céu, o meu carbono
Tal como acontece com a conta de carbono, a atribuição do ano não pode ser transitada para os anos seguintes, uma vez que será renovada automaticamente. Para alguém que queira fazer uma viagem de cinco em cinco anos, distribuirá o seu orçamento de carbono através de uma conta média.
Dentro de dois anos, todos os países terão de introduzir a contabilidade do carbono para todas as compras de produtos e serviços, tornando obrigatórios os registos de carbono para todas as empresas e departamentos governamentais, e exigindo que os contabilistas verifiquem o balanço anual entre as saídas e entradas de carbono. Esta é a garantia da sinceridade e da veracidade da rotulagem de carbono.
A proposta :
Nós, cidadãos da Europa, que tomámos consciência do perigo climático que está no centro da 6ᵉ extinção em curso, pedimos à Comissão Europeia que inicie a troca de carbono do plano TCA, Skytroc, para dar o mesmo direito a todos os europeus, por exemplo 500 kg de CO2 equivalente por pessoa por ano, na mesma lógica do mecanismo quantitativo de conta de carbono que poderia continuar o Skyquota depois de demonstrar a sua eficácia.
Em termos concretos, os 500 pontos de carbono de cada pessoa poderiam ser utilizados para reduzir o teor de carbono dos voos comprados ou vendidos ao balcão local como rendimento de sobriedade, financiado pelos viajantes que não dispõem de quota suficiente, a um preço cada vez mais elevado por ponto de carbono.
Para o efeito, cada Estado-Membro cria uma agência de carbono para distribuir os pontos de carbono e controlar a ausência de fraudes. Esta agência desenvolve contadores de carbono para venda e compra para travar o crescimento do carbono; seguindo a mesma lógica do mecanismo da conta de carbono, a atribuição anual é renovada com menos 6% em cada ano, alimentando assim o aumento do preço do ponto de carbono.
Propomos que todos os Estados-Membros apliquem o ATT ou o Skyquota, deixando-lhes a opção de não o seguirem imediatamente, mas isso tornaria impossível a venda de bilhetes de avião a outros europeus.
Quem está por detrás do projeto?
O projeto provém de associações, cientistas e políticos que se preocupam com a forma de descarbonizar a economia global e por onde começar! Porque não o avião?
Escape-jobs.fr pour l'emploi sans carbone (Escape-jobs.fr para o emprego sem carbono) é motivado por um desejo permanente de descarbonizar a economia para travar o caos climático e regressar ao equilíbrio planetário antes de 2050, sem injustiças sociais e desenvolvendo o emprego útil.
Um elemento-chave neste contexto é a Carbon Account Alliance, que se propõe testar este mecanismo global, tendo como ponto de partida o TCA.
No que diz respeito aos cientistas, o movimento é apoiado por Dominique Bourg, Thomas Piketty e Lucas Chancel, Alain Trannoy e Pierre Henri Bonno (na origem do conceito de TCA através da sua publicação científica e do artigo publicado em Ouest France) David Van Reybrouck e Jezabel Couppey-Soubeyran no seu dossier sobre o dinheiro.
Nos media, Jean-Marc Jancovici defende a limitação do transporte aéreo através de quotas.
Entre os políticos, Delphine Batho e François Ruffin lideram um projeto de lei em França para introduzir quotas no transporte aéreo.
O thinktank Shift-Project e a ADEME, a agência nacional francesa para a transição climática, produziram os dossiers mais completos sobre a questão.
Calcule a sua próxima viagem:
Porquê a Europa?
A Europa é o ponto de partida para a descarbonização... Foi ela que deu início à criação do IPCC para compreender melhor os riscos associados ao aquecimento global. Em 2024, sabemos que a humanidade gera 54 mil milhões de toneladas de equivalente CO2 por ano, incluindo 5 mil milhões de toneladas para a UE.
Sabemos que, dentro de 30 anos, teremos de regressar ao equilíbrio planetário (emitir menos do que pode ser absorvido pelas florestas e oceanos), ou seja, emitir menos de mil milhões de toneladas de CO2e por ano.
A Europa é também responsável pelas primeiras emissões industriais de gases com efeito de estufa, tendo iniciado a economia do carvão e depois a economia do petróleo, e provocado o início do Antropoceno, a atual era geológica caracterizada pelo facto de ser o Homem (anthropos) que está a mudar o planeta.
Geograficamente, a Europa está bem situada numa zona temperada onde os efeitos do aquecimento global são ainda limitados e não obrigarão os seus filhos a migrar como aconteceu noutros continentes.
Foi a Europa que iniciou as grandes evoluções intelectuais na Terra, com o Renascimento no século XVI, depois o Século das Luzes, que foi o primeiro a sensibilizar para os limites do planeta, com a obra de Marx e Engels, com o lamentável período de colonização, com a criação da Sociedade das Nações, da Organização das Nações Unidas e depois da União Europeia, que reúne 27 democracias sob o lema "Unidos na Diversidade".
A União Europeia possui assim uma formidável capacidade democrática, sendo capaz de confiar aos cidadãos as decisões essenciais para o bem da humanidade.
Neste sentido, a União Europeia está em condições de demonstrar o poder dos consumidores para estimular as empresas a inovar, através do ponto essencial do mecanismo da conta carbono, ou seja, o seu efeito de alavanca.
Efeito de alavanca: se 100% dos consumidores exercerem pressão sobre o teor de carbono, as empresas reduzirão as suas emissões para se manterem na corrida! Viver com 2.000 kg de CO2 em 2050 será provavelmente equivalente aos nossos 6.000 kg actuais (9.000 é a média francesa, 7.000 é a mediana, 6.000 é a média das pessoas de meios modestos).
E os furacões?
Vamos manter o planeta habitável para os nossos netos...
Mais pormenores em www.agencecarbone.fr e argumentos em www.comptecarbone.cc e referências em https://fr.wikipedia.org/wiki/Compte_carbone